domingo, 24 de julho de 2011

Destruição

A vida é uma espécie de destruição. Desde que nascemos, iniciamos esta ação de destruição rumo à morte. Será que se pode influenciar nesta trajetória? Talvez sim, mas é só uma questão de um outro traçado do caminho , que chegará de toda forma, no mesmo destino, a morte. Então, o que pode determinar um atalho neste trajeto para que se cruze a linha de chegada mais rápido, muito antes do que seria o esperado pelos outros que observam as curvas do caminho? O atalho pode ser escolhido em função da DOR , que é pessoal, intransferível, é de ordem da subjetividade de cada ser humano. Portanto, que não se julgue a partir da superfície, atitudes destrutivas daqueles que estão ao nosso lado. Cada um é uma ilha deserta em seu mundo interior, onde a DOR reina quase absoluta. É impossível  sentir a DOR do outro. Muitas vezes, esta DOR faz com que o caminho rumo à linha de chegada seja mais breve.  

sábado, 16 de julho de 2011

Frio!

O frio é um belo exemplo para metaforizar aquilo tudo que dá prazer e pode causar danos. Coisas que amamos , desejamos , mas que podem  fazer mal.  O prazer que vem do desejo causa danos à estabilidade característica da consciência, neste momento entramos no território do gozo.
Amo o frio, desejo a chegada do inverno, mas meu corpo se manifesta contra ele. Não sou resistente o suficiente para enfrentar o frio e não adoecer. O que fazer diante desse impasse?
Suportar o frio, aproveitar suas nuances, o vinho, a lareira, o fogo, o aconchego do lar e dos amigos?
 Mas, com tudo isso o corpo pode  padecer, adoecer!
Fortificar as resistências do corpo e continuar desfrutando os prazeres do frio?
Parece que gosto das duas alternativas... não quero abrir mão de nada...
Ainda mais sendo inverno, meu espírito clama por curtir o frio  em plenitude. Quero ser um ente mutante, que não sente os efeitos nocivos do frio, apenas desfruta da sensação cortante  do vento nas faces, que ficam avermelhadas de alegria e felicidade pelos açoites gelados do frio de inverno.