sábado, 15 de março de 2014

HOMENAGEM

HOMENAGEM
... Pois tu és pó e ao pó retornarás- cap. 3 Gênesis- Já Marguerite Dumas nós diz que:..é na vida que somos imortais...". Parece que o pó , seja ele da terra ou das estrelas, pó cósmico, é o que traz a eternidade ao humano. Então, com flores que germinam no pó e que são tão perenes, fica minha homenagem à vida que se multiplica e torna-se eterna no coração dos que ficam...(IMP)
                                                               15 \março, 2014  

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Olhar Oblíquo

 Tenho pensado bastante no que desperta o fazer analítico na essência de meu ser. No mínimo cinco horas por dia, ouvindo a tessitura , ou tentativas de tecer narrativas que deem conta das dores dos analisandos. Para escutar e me deixar levar pelas narrativas, há que ter um olhar oblíquo, descomprometido com verdades factuais e desprovido de juízo de valores. Estes são os paradigmas, ao menos para que eu possa me dedicar com ética ao fazer artesanal da clínica analítica.
  Fazer diário árduo e prazeroso, que  engrandece, às vezes  rebaixa,  mas  deixa aqueles que o praticam mais próximos da incompletude da humanidade...
  Ouvir histórias, saber que pouco importa se elas são reais ou não,  perceber que cada história é escrita à fogo na alma do contador. O ato de contar sobre si  constitui e legitima a vida de quem se narra.
   Já o momento de escutar me faz pensar que nossas vidas são as histórias que podemos narrar sobre nossa experiência humana junto àqueles que nos cercam.
  E a minha história, a minha narrativa inventada, tecida em meu percurso de análise? Ela se entrelaça com outras histórias, é o resultado dos vínculos que atei e desatei até aqui.
   A capacidade de viver criando , diariamente , meu estar no mundo é o resultado de poder narrar minha trajetória e mudá-la sempre. Este é o efeito de meu fazer analítico em meu ser, produto de um olhar oblíquo!  

sábado, 3 de novembro de 2012

Desconstrução de Mitos


   O que se coloca mais difícil a construção ou a desconstrução? Talvez seja questão de maturidade. Parece essencial, primitivo e estruturante construir Mitos para explicar o inexplicável da vida. Mitos amparam o desamparo infantil e a imaturidade. O destino dos mitos é serem desconstruídos. Para desconstruir temos que nos desconstruirmos. Até porque quando caem nossos Mitos, eles levam junto um pedaço de nós mesmos.
   Mitos se desconstroem, e que destino damos aquilo que um dia existiu e já não está mais conosco?
   Será que há resposta para esta pergunta? Lembremos que , algumas vezes, trazemos à memória o que nunca existiu na realidade, mas que em determinado momento da vida foi necessário ser arquitetado na fantasia para que pudéssemos ir adiante na narrativa de nossa existência.
   Talvez o tombamento de um mito, mais difícil do que sua construção, seja uma outra escrita da mesma história, só que desta vez pautada de uma visão mais madura que pode trazer liberdade a quem provoca seu tombamento, sua desconstrução.     

sábado, 18 de agosto de 2012

Passagens

   As voltas com entrevistas para ocupar lugares diversos na vida,  encontro-me com o ritual de passagem. Toda existência é marcada por trânsitos, movimentos. O novo é permanente. Saber o ritmo do passo é uma das facetas da arte de viver. O compasso exato das passadas é inatingível, portanto resta aproximar o tamanho da perna ao espaço que se deseja percorrer, considerando o desejo.
   Ainda menina , costumava ralar joelhos porque não precisava com exatidão o espaço entre um galho e outro das árvores. Agora, já envelhecida, continuo sem precisar ao certo a distância entre  saber e  desejo. Costumo me equivocar tanto para mais como para menos, questão de ajuste entre distância e movimento. É na inexatidão entre a distância,  desejo  e  movimento que se pautam os ritos de passagem ao longo da vida. Ajustar a equação que se estabelece entre estes conceitos é sintonia fina, e ocupa toda uma existência. Os ritos iniciáticos:passagens, situam a condição humana da imperfeição, que relança à busca constante pelo inusitado!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Calor

O verão é tempo de corpos desnudos. Mas com todo este calor os pensamentos ficam cobertos, o cérebro fica nu de ideias. Será que calor tropical combina com reflexão? Não sei , é uma questão que estes últimos dias de "Porto Verão Alegre" suscita em mim. Sou do frio,mas suporto o verão de gente civilizada, que para mim vai até a marca dos 30 graus. O que ultrapassa disto, em meu universo é paralisante, trava as reflexões, fico impossibilitada de pensar, sonhar, criar, trabalhar, comer, enfim o calor excessivo me impede quase de viver,que venha a chuva, afine aquilo que se respira, que parece ar que um dia foi gasoso, mas está se transmutando em estado sólido, pastoso... Que a chuva baixe os termômetros a uma temperatura suportável, algo em torno de 30, mas sem excessos. Com este calor, meus pensamentos derretem e escorrem....todos se perdem na sarjeta!    

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Vida Nova?

 Será que o novo ano traz vida nova, novidades ao dia a dia? Para que algo seja novo, há que se desapegar  do conhecido. Ingressar num território de novidade é ameaçador, desinstala o que já está acomodado. O novo traz a marca da mudança. Mudar é difícil. Fazer trocas, perder sem ter o que ganhar no horizonte é inquietante. Para se trazer novidades ao ano que se inicia, há que se treinar perder posições, ganhos, vantagens estabelecidas e demarcadas pela comodidade do cotidiano. O novo, quase sempre parece parente do melhor, um estado muito perseguido em tempos de troca de calendário. O novo, desconhecido, buscado e perseguido, nem sempre é confortável para aqueles que mergulham em situações de novidade. Para se ter uma postura diferente diante da vida, há que trilhar um caminho que permita estar bem consigo mesmo, e pouco ou quase nada ligar à opinião do Outro. Esta é uma conquista da maturidade. O novo, que todos perseguem, poucos têm condições de suportá-lo. Vamos, então buscar e reencontrar a novidade, o inusitado no que já está ai, estabelecido e por nós conhecido??

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Tarde de primavera!

Já é novembro, lá pelo meio do mês. Um dia estranho, indefinido. Não é feriado, mas também não é dia de trabalho normal. Algumas coisas funcionam, outras estão fechadas. Não faz calor e nem frio, tem vento, muito vento que sopra. O sol, às vezes aparece, na maioria do tempo, se esconde entre as nuvens, que são espessas. Uma tarde indefinida, nem isso, nem aquilo. Isso e aquilo juntos, compartilhando o mesmo tempo, o mesmo espaço. Tempo de virações no tempo. As emoções também ficam viradas... e bailam ao vento, rumo ao desconhecido.Tudo que está arranjado , pode , assim num triz do tempo, se desarrumar e tomar outras formas. Tarde de novembro, tempo de primavera, vento de viração.O inusitado pode se apresentar!