O frio é um belo exemplo para metaforizar aquilo tudo que dá prazer e pode causar danos. Coisas que amamos , desejamos , mas que podem fazer mal. O prazer que vem do desejo causa danos à estabilidade característica da consciência, neste momento entramos no território do gozo.
Amo o frio, desejo a chegada do inverno, mas meu corpo se manifesta contra ele. Não sou resistente o suficiente para enfrentar o frio e não adoecer. O que fazer diante desse impasse?
Suportar o frio, aproveitar suas nuances, o vinho, a lareira, o fogo, o aconchego do lar e dos amigos?
Mas, com tudo isso o corpo pode padecer, adoecer!
Fortificar as resistências do corpo e continuar desfrutando os prazeres do frio?
Parece que gosto das duas alternativas... não quero abrir mão de nada...
Ainda mais sendo inverno, meu espírito clama por curtir o frio em plenitude. Quero ser um ente mutante, que não sente os efeitos nocivos do frio, apenas desfruta da sensação cortante do vento nas faces, que ficam avermelhadas de alegria e felicidade pelos açoites gelados do frio de inverno.
É como as mariposas e as lâmpadas.
ResponderExcluirbj.