segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Promessas!

Será que prometemos para o Outro ou para nós mesmos? O que está implicado no ato de prometer?
Um dia ele prometeu amor eterno, mas depois percebeu que eterno é nada. A vida é volátil. O amor quando se apresenta a quem ama como eterno, ainda está vestido de paixão. Mas paixão é efêmera. Impraticável permanecer em estado apaixonado por tempo extenso. Todos os sentidos se dirigem ao apaixonamento.
O apaixonado se apaga no encanto que disperta seu objeto de desejo.
E quando um ser se apaga para dar luz ao outro se desfazem as promessas, se anula o desejo próprio, e o que passa a valer é satisfazer o desejo do outro. Nesta fatia de tempo o apaixonado abandona a condição de sujeito e passa a ser  objeto, mais um daqueles que podem satisfazer o alvo de sua paixão. Há uma objetalização da existência na paixão.
Para prometer temos de estar apaixonados, ou em estado muito próximo da paixão, nem que seja por nós mesmos, pelos nossos corpos, pela nossa saúde, pelos nossos amores, pela alma, por valores e ideais... enfim por aquilo que fisga o desejo e movimenta nossa libido. Talvez por isso as promessas de fim de ano sejam tão breves quanto a luminosidade e o colorido dos fogos de artifício no céu da virada do ano. 

Um comentário:

  1. muito bom teu texto, bem denso, precisei ler e reler. Agora é só dar continuidade ao blog. bj.

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