quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Inconsciente

Muitos  amigos me perguntam sobre a palavra inconsciente, que apesar de ter se inscrito no senso comum, poucos conhecem sua dimensão. Há aqueles que dizem: eu não acredito em inconsciente. Mas não é uma religião, portanto não é para ser acreditado ou negado.
Suas manisfestações em rodas de conversa, não me poupam de dizer, olha ai... ato falho, seu inconsciente está falando. Exatamente isso, ele fala pelos erros, pelos lapsos, por aquilo que dizemos e não queremos dizer, por tudo o que foge de nossa razão, controle, e nos surpreende.
É difícil de aceitar que todos temos uma instância que , mesmo fora de nosso domínio , comanda parte de nossas manifestações, talvez porque a ele falte a materialidade.
Vivemos num mundo da imagem, onde aquilo que não é visto, que não pode ser mensurado pela razão, carece de credibilidade.
Mas, há toda uma ciência, a Psicanálise, que tem seus alicerces plantados nesse conceito. E também há trabalhadores, que não são seres iluminados, nem adivinhos, nem iniciados, que se ocupam de escutar as manifestações do inconsciente. Sua iniciação é baseada em estudos  teóricos e experiência analítica. Nós, os trabalhadores deste campo do saber, provamos do remédio que indicamos a nossos pacientes: a experiência de falar livremente em presença de alguém a quem confiamos de nossas dores e de nossos amores.Falamos para aquele que nos escuta com delicadeza:o analista. É no percurso de uma análise, que avança em direção a poder se reposicionar diante de alguns significantes que norteiam e, muitas vezes, entravam nossa vida, que atravessamos nossos fantasmas, e nos tornamos analista.
Voltando ao inconsciente, ele é este menino maroto, que teima em  esconder-se dentro de nós mesmos, e faz aparições inesperadas que nos  surpreendem, pregam peças e ,algumas vezes, até nos envergonham diante do outro.Só para encerrar, ele não tem governo, não respeita leis, não liga para limites,  mas invade a razão e bagunça com certezas e verdades inatacávéis.       

Um comentário:

  1. Iara,
    teus textos sempre demandam leituras, releituras e muita reflexão. Acho isso muito bom.

    ResponderExcluir