terça-feira, 31 de maio de 2011

Uma Análise

O consultório de um analista se apresenta como uma fatia do mundo que nos cerca. Ali temos histórias que se tecem , outras se desfazem, esperanças  nascem , outras que se enterram. A vida se  desenrola ao longo das franjas da manta do divã. Vários enigmas surgem, eles são matéria prima da tecitura psíquica de cada um que por ali passa. Labirintos se apresentam, alguns são trilhados outros são abandonados, mas todos em algum momento, surgem como possibilidade de trilha a ser percorrida. Os analisandos são como personagens de livros. Alguns chegam como coadjuvantes, entre eles encontram-se personagens principais e até diretores de cena. Eles não sabem, na maioria das vezes, a força que trazem dentro de seus corações para dirigirem suas vidas. Mas e o analista? Ele acolhe a demanda, mas não a satisfaz, acompanha na caminhada , mas não caminha pelo analisando. E se tudo for bem , e alguns fantasmas forem transformados em fantoches de menino que brinca de teatro, ele, o analista tem como destino o esquecimento. O que sobram são restos, migalhas que não percorreram o caminho da demanda ao desejo e continuam com o analista. Parece que um bom destino desses restos seria um estudo de caso compartilhado com colegas. Momento do analista metabolizar o que não se explicitou pela análise, ou quem sabe nunca se explicitará, porque sempre sobra algo que não cai, fica em suspenso.  

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