segunda-feira, 13 de junho de 2011

Loucos ou diferentes?

É difícil precisar a linha que separa a loucura da normalidade. Cada um se expressa em acordo com sua constituição mítica e sua subjetividade, formada no contato com o Outro que cuida quando ainda somos pedaços desintegrados de sensações num corpo frágil de bebê.
Talvez algo do genético ajude nesta constituição, mas parece que o que determina o rótulo de maluco ou desajustado é o lugar que os Outros que nos recebem quando chegamos ao mundo nos concedem em seu desejo. Complicado tudo isso, porque este lugar que nos é designado desde nossa concepção  está inscrito nas formações inconscientes, e portanto, é  desconhecido daqueles que nos geraram. Sabe-se lá que motivações ou falta delas tiveram quando resolveram que devíamos nascer. Somos o resultado do desejo do Outro que nos traz à vida. Se a estranheza já está presente na constituição de nossos pais, como mesmo vamos estar em acordo com os princípios da normalidade? Mas ai neste ponto se coloca uma questão interessante: o que fazemos com as determinações, os lugares, que nos são transmitidos pelo não dito? Muitas vezes, desta resposta depende a forma como nos vemos inseridos ou excluídos do mundo que se encontra a nossa volta.  

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