domingo, 13 de março de 2011

As Entranhas da Terra se Rebelam

Falar de nosso tempo, tem a ver com olhar para ausência de limites em que somos constantemente convidados a nos filiar para estarmos em evidência. Aparecer e ser bem sucedido é a ordem do momento. Ser visto, parece adequado ao modelo vigente. Para que isso aconteça desrespeitamos os limites de nós mesmos, do Outro que nos acompanha, das instituições a que pertencemos, da vida vivida de forma natural, da natureza que nos rodeia, e do Planeta que nos envolve.
Entendo que limites existem para serem diluídos e transformados em litorais... espaços marcados pelas marés: alta e baixa. Espaços variáveis, que podem bailar num determinado local.  Litorais são diversos de fronteiras. Fronteiras são limites invariantes, litorais são limites que se modificam dentro de uma determina faixa de terra. Até as marés, que demarcam os litorais têm limites mais ou menos estabelecidos e tem poder de marcar limites meio indefinidos,mas não ausentes.
Quando os limites são rompidos, e até as marcas dos litorais se diluem, mergulhamos no caos.
Parece que a época é de romper limites, ultrapassar fronteiras, romper barreiras... enfim expandir a capacidade de domínio. Em certas circunstâncias, extrapolar pode significar romper a ordem natural que mantém o planeta em equilíbrio.
Será que já não está na hora de além de lamentar, ser solidário, engrandecer a capacidade de organização do povo japonês neste último episódio de revolta das entranhas da Terra, parar para refletir. Refletir como a humanidade, em sua busca desenfreada por romper os limites, rompe-se a si mesma, destrói o que construiu, machuca-se imprimindo marcas permanentes, que passarão para a história da humanidade com estatuto de catástrofe.
Que os limites possam ser invocados, ao menos em forma de litoral...que não é estático, mas se move de acordo com as marés! Que possamos refletir sobre o acontecido e não apenas lamentar e  entristecermo-nos!
Por mais que o mundo mude, sua estrura geológica há de ser respeitada! Porque há coisas, poucas coisas do mundo, que são invariantes. O respeito à estrutura do Planeta é uma invariante que deveria prevalecer sobre o rompimento de limites de nosso tempo.

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